Estresse, depressão e dor de cabeça são quase uma certeza de estarem presentes no dia a dia dos brasileiros deste século. Dado o seu caráter cotidiano, a preocupação com esses males tende a diminuir com tempo ou com até mesmo ocorre uma glamourização dos males, sobretudo numa era em que trabalhar em excesso, adoecer mentalmente ou sofrer de enxaqueca é “cult”(!).
Isso talvez explique o desdém de muitas pessoas – e até mesmo de alguns profissionais – quando a queixa do paciente se trata de uma “simples” dor de cabeça, problema cultural e aparentemente inofensivo e superficial, mas que, à luz das mais recentes pesquisas, pode configurar um significativo alerta: sintoma de aneurisma não rompido.
Embora substancial parcela de médicos discorde da relação de causa e efeito entre aneurisma e dor de cabeça, estudos contemporâneos contrariam tal premissa, a partir da constatação de que as dores de cabeça representaram a principal queixa entre pacientes cujo diagnóstico foi o de aneurisma sem ruptura.
Para o renomado pesquisador e neurocirurgião do Departamento de Cirurgia Neurológica da Universidade Vanderbilt, Ankeet A. Choxi, aproximadamente metade dos pacientes submetidos à microcirurgia de clipagem de aneurisma cerebral (ou tratamento endovascular minimamente invasivo) relatou melhora no quesito dor de cabeça em uma média de 32,4 meses após o tratamento.
Além das constatações de Choxi e colaboradores, um estudo brasileiro detectou a frequência da chamada cefaleia sentinela – dor de cabeça mais branda que antecede a ruptura de aneurisma – em 20% dos pacientes cuja internação fora motivada por hemorragia decorrente de ruptura de aneurisma.
Como se vê, as evidências científicas contemporâneas corroboram a hipótese de que o aneurisma cerebral, apesar de silencioso na maioria dos casos, pode sim ser causa de dores de cabeça. Ignorar essa relação, portanto, além de negligente, é comportamento cuja desconstrução exige urgência e ousadia, tanto de quem é leigo, quanto de quem não é.
Por isso, não deixe o senso comum e as velhas verdades silenciarem você ou suas queixas. Se tratando de dores de cabeça, procure investigação especializada para, no melhor dos cenários, descartar a hipótese de uma grave doença e, no pior deles, tratá-la em tempo hábil. Afinal, conforme propunha Einstein, “resolver um problema é bom, preveni-lo, melhor ainda!”
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As doenças cerebrovasculares são complexas e necessitam tanto de tratamento adequado quanto de prevenção. Portanto, agende uma consulta para garantir que tudo está bem ou, na pior das hipóteses, tratar o problema antes que aconteça algo pior. Nos-sa equipe fica a disposição para auxiliar você no cuidado do maestro do seu corpo: seu cérebro.