Uma das dúvidas mais frequentes e, certamente, pertinentes que acomete a maioria das pessoas recém diagnosticada com aneurisma cerebral é: E AGORA? Preciso de tratamento cirúrgico?
CALMA! A primeira atitude que você precisa ter em mente nesse momento é manter a calma.
Por maior que seja a seriedade em torno dessa doença, o medo e a ansiedade desencadeados pelo diagnóstico do aneurisma cerebral podem ser tão prejudiciais quanto a sua presença.
Isso acontece pois esses sentimentos desencadeiam uma necessidade imediatista de receber respostas a seus questionamentos e de resolver o problema rapidamente que, por sua vez, gera decisões precipitadas e, até mesmo, irracionais.
Meu conselho é evitar decisões perpétuas motivadas por sentimento passageiros. E dentre esses sentimentos, o medo e a ansiedade podem ser os piores deles. Como diz André Andrade: “a ansiedade é capaz de derrubar um homem, por isso busque a calma, ela pode te ajudar”. Além disso, o estresse desencadeado pelo medo frente à doença pode alterar seus sinais vitais, como a pressão arterial sistêmica, corroborando ainda mais para piora do quadro.
Ter conhecimento sobre o assunto é uma forma de diminuir esses sentimentos negativos e de te trazer mais calma e segurança. Quanto mais pessoas tiverem entendimento sobre o assunto, maior será a conscientização da importância de se ter calma diante do diagnóstico e de uma avaliação especializada para auxiliar na condução do caso da maneira mais adequada possível. Conversou com um profissional e gostaria de pesquisar mais sobre o que é um aneurisma? Confira esse conteúdo.
É normal que recém diagnosticados se perguntem: SERÁ QUE PRECISO OPERAR O MEU ANEURISMA CEREBRAL? A resposta é: depende. Existe um conceito equivocado de que necessariamente todos aneurismas são um risco de vida, ou ainda, de que todos aneurismas cerebrais deveriam ser tratados. Porém, isso não é verdade! Existem diversos fatores que devem ser avaliados no momento de definir se o aneurisma deverá ser tratado e caso a resposta seja positiva, qual será o tratamento cirúrgico ideal.
Dependendo da localização do aneurisma cerebral, a tratamento pode não ser necessário. Existem algumas localizações na qual o risco de sangramento é ínfimo e, portanto, geralmente a cirurgia é contraindicada para seu tratamento.
Hoje em dia, frente aos novos estudos a respeito da doença, aneurismas muito pequenos - achados de forma acidental, isto é, ao acaso - possuem uma chance remota de ruptura e por isso seu tratamento passa a ser contraindicado.
Apesar de não concordar 100% com esta citação de Henry Marsh, ela ajuda a ilustrar a questão em voga: "É preciso três meses para aprender a fazer uma cirurgia, três anos para saber quando é preciso fazê-la e 30 anos para saber quando não se deve fazer uma operação”.
Além da localização e do tamanho do aneurisma cerebral, outro fator que ajuda a determinar a necessidade de tratamento é o histórico do paciente. Se o paciente já tem uma história prévia de sangramento por outro aneurisma cerebral e se há a presença de familiares com histórico de sangramento e/ou aneurisma cerebral, ambos corroboram com a necessidade de realizar-se a cirurgia.
Entendemos que nem todos aneurismas devem ser necessariamente operados, mas caso verifique-se que de fato há a necessidade de tratamento, surge um novo questionamento: COMO É REALIZADO O TRATAMENTO DO ANEURISMA CEREBRAL?
Existem diversas maneiras para se tratar um aneurisma cerebral. Mas, basicamente, as técnicas podem ser divididas em duas: a) a técnica microcirúrgica (também conhecida como técnica convencional aberta) e b) a técnica endovascular (muitas vezes também chamada de embolização).
A decisão da técnica dependerá de fatores como o tamanho do aneurisma, seu formato, sua localização, das condições clínicas, da idade da pessoa acometida, da opção do próprio paciente, e claro, da recomendação do médico.
Por fim, como já pode muito bem ter percebido, são inúmeras as variáveis que determinam a conduta de “o que fazer” frente a um aneurisma cerebral. A avaliação de um profissional idôneo que domine as técnicas e que entre em concordância com o paciente é crucial para um tratamento eficaz e seguro.
Finalizo este artigo enfatizando a mensagem inicial: calma. Se for preciso tome mais de uma opinião profissional, não se submeta a nenhum procedimento sem estar em paz consigo mesmo(a) e pesquise sobre o assunto, sobretudo, em fontes confiáveis.
O conteúdo desse artigo também está no nosso canal do Youtube, em formato de vídeo, facilitando ainda mais o compartilhamento de conhecimentos. Quanto mais pessoas tiverem entendimento sobre o assunto, maior vai ser a conscientização da importância do tratamento precoce e preventivo.
As doenças cerebrovasculares são complexas e necessitam tanto de tratamento adequado quanto de prevenção. Portanto, agende uma consulta para garantir que tudo está bem ou, na pior das hipóteses, tratar o problema antes que aconteça algo pior. Nossa equipe fica a disposição para auxiliar você no cuidado do maestro do seu corpo: seu cérebro.
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Excelente orientações. Parabéns!
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